segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Levadas de palheta



Há duas abordagens básicas para usar a palheta na mão direita como acompanhamento de canto. Quero comentar agora essas duas formas diferentes de tocar. Elas são de um modo geral, antagônicas ou contrárias. Algumas músicas precisam ser tocadas do primeiro jeito, outras do segundo, mas a maioria é tocada de um modo intermediário entre essas duas formas.
Por isso é interessante para quem vai tocar dominar esses dois extremos, e depois combiná-los conforme a música exigir.

O primeiro modo é usado para violão folk (com cordas de aço). Nessa técnica, a idéia é movimentar o punho, o pulso, e manter o braço mais ou menos imóvel, e o antebraço movimenta-se para dar mais mobilidade ao punho, que é a parte que realmente se mexe e movimenta. A palheta é presa levemente entre dois ou três dedos. O movimento em geral é rápido e repetitivo. A dinâmica é dada com a aproximação e distanciamento da palheta em relação às cordas. A espessura das cordas será indiferente nessa levada de palheta. Os acordes em geral aqui são os tipos mais usados de “G”, e “C”. Acordes com graves na posição fundamental (Por exemplo: Um “G” formado pela seqüência GBDGBG, da sexta para a primeira corda). O efeito dessa levada é bastante interessante e hipnótica. Cria o efeito “pedal”, de um som contínuo. Pode ser feita devagar, mas fica interessante quando é tocada mais rápida. Um bom executante dessa técnica é Ritchie Havens.

O segundo tipo de levada é oposta à primeira. Enquanto na primeira o punho se movimentava, os dedos seguravam com certa leveza a palheta e o braço ficava imóvel, aqui o braço se movimenta e o punho fica firme e fixo. Os dedos seguram a palheta com força. As cordas são feridas com mais violência. Se forem muito finas, estourarão logo. Músicas estilo “Rockabilly” usam essa levada. Guitarristas como Keith Richards e Ron Wood usam bastante essa técnica. O movimento aqui é bem mais lento e cadenciado que no tipo anterior. O ombro e o tórax participam do movimento, criando um ritmo em todo o corpo. Por causa disso essa técnica privilegia tocar na posição de pé, com o violão ou guitarra pendurados or uma correia.Os acordes que funcionam melhor aqui são os do tipo “A”, “E” e “D”. (Fundamental – Quinta – oitava – décima). Um bom exemplo é a levada de palheta usada por Bruce Sprinsteen. 

Todo movimento novo precisa ser praticado até a exaustão. Esse é o segredo de dominar uma técnica qualquer. Não descanse enquanto não conseguir fazer automaticamente o movimento. Infelizmente, ainda não inventaram outro método. Mas a coisa não precisa ser maçante. Na verdade, é bem divertido explorar as sonoridades da própria batida enquanto estamos aprendendo. O segredo é se divertir com a coisa!

Abraços.

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