terça-feira, 6 de abril de 2010

O abeto e a laca


A vida não é só sofrimento. Coisas extraordinárias podem acontecer. Quando menos esperamos. Na próxima curva do rio.
Quero que você avalie o meu último violão. 
Sua voz não escondia o entusiasmo. Meu amigo Jefferson Garrido terminara de construir seu violão número dez. Fez o curso de Lutheria junto com seu pai. Em pouco tempo já tinha vendido vários instrumentos e recebido excelentes feedbacks. Tem um blog para divulgar seu trabalho  
Nossa amizade cresceu em torno da mesma paixão. A Música Erudita para Violão. Já era exímio violonista e se aventurava no campo fascinante da construção de instrumentos musicais. Ao querer me mostrar seu violão pretendia, conforme me dissera, ter um parecer meu sobre seu trabalho como Luthier.  
Quero uma segunda opinião, justificou. 
Os violões foram saindo, as primeiras vendas confirmadas, e a paixão pelo ofício aumentou. “Reservo minha sexta feira e sábado para a construção de violões”, confidenciou. Está claro que esse é seu caminho. Ele, sendo ótimo violonista, já sacou que seu produto é bom.
Quando posso passar aí? 
 
Marcamos o encontro no final de março, uma segunda à noite. Nossos encontros tem sido raros. Houve um tempo em que nos víamos diariamente. Faculdade de Música, mais de dez anos atrás. Trabalhamos repertório de dueto nas aulas de música de câmara. Em 2007, retomamos a idéia. Chegamos a ensaiar oito músicas. Veio 2008 e ficamos sem horário. Ele chegou a compor uma peça para o dueto. Nunca conseguimos prepará-la.

Misturando

Vou tentar descrever aqui como tenho estudado improvisação ao violão. Há infinitos métodos e abordagens para esse fascinante e complicado assunto. Tenho retomado esse estudo depois de uma fase meio morna, onde estava dominando os arpejos de tríades e de tétrades. Agora, com esse vocabulário nas mãos, volto a minha atenção a outros detalhes como padrões de digitações diatônicos com saltos intervalares, escalas diminutas, tons inteiros, escala alterada, combinações de arpejos, escalas cromática, escala bebop, o uso das escalas pentatonica e de blues num contexto jazzístico, e o mais difícil: Misturar tudo isso com coerência, num fraseado que faça algum sentido.

1 - Tocar os campos hamonicos maiores e menores em cinco posições diferentes no braço, sem andar mais de uma casa para cima ou para baixo. Além de tocar os acordes do campo harmonico, fazê - lo com uma cadência IIm - V7 para cada acorde. Esse exercício tem se mostrado muito interessante.

2 - Selecionar as tonalidades que funcionam melhor no início do braço e quais desenhos específicos podem ser usados sem o uso de corda solta. Trabalhar com duas posições. Uma em duas oitavas no grave/médio e outra para agudos, até uma quinta acima na tessitura da escala.

3 - Escolher uma altura do braço, digamos a quarta casa. Pensar a melhor digitação para aquela tonalidade. Usar preferencialmente desenhos semelhantes tanto em cima como embaixo no braço. Por exemplo: desenhos com tonica-quita-tonica-terça juntos. Ou: desenhos com tonica-terça-quinta   juntos.

4 - Trabalhar aquela posição cadências I - VIm - IIm - V para tonalidades maiores e Im - bIII - IIm7b5 - V7b9 para tonalidades menores.

5 - Usar sistematicamente escalas tons inteiros e diminuta, seguida da alterada (meio a meio). Combinar com padrões com saltos intervalares e arpejos de tríades.

6 - Criar frases com colcheias. Lentas, para dar tempo para pensar e frasear. O mais importante é criar a frase; Uma frase fluida.

7 - Para cadências menores, priorizar o domínio do uso das escalas lócria - alterada - dórica.

8 - Nas cadências maiores, frasear com combinações dos arpejos V7 e SUBV7. Usar arpejos II sobre V7 e sobre I. Usar bIII sobre V7.

Por hora é isso. Esta semana estou de férias, então estou tendo mais tempo para estudar. Nem sempre é assim. Fazemos o possível, não é!

Abraços.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Comunicado aos leitores

Em função de uma solicitação da escola, estou retirando todas as fotos e imagens em que aparecem alunos e pessoas ligadas à escola. Também estou cortando os nomes de todas as pessoas antes citadas, para preservar suas identidades. Para fazer este trabalho, retirei este Blog do acesso público há cerca de um ano atrás, mas nunca encontrei tempo para realizar a tarefa, ou para decidir qual seria o destino desse Blog.
Com o passar do tempo, começou a não fazer sentido manter o Blog numa esfera privada. Não era esse o meu objetivo. Decidi modificar as postagens para preservar o seu caráter público. Tomarei cuidados daqui por diante para não ferir nenhuma privacidade ou revelar nenhuma identidade que não seja previamente autorizada.

Cordialmente.

Andre Barreto - Administrador deste Blog.